terça-feira, 12 de maio de 2009

cinco mil... sim CINCO MIL!



Cerca de cinco mil enfermeiros percorreram esta terça-feira as ruas de Lisboa entre o Ministério da Saúde e a residência oficial do primeiro-ministro num desfile classificado pelas estruturas sindicais como "o maior de sempre" da classe.
A manifestação acontece no dia em que os enfermeiros fizeram uma greve que, segundo os sindicatos, teve uma adesão na ordem dos 80 por cento, enquanto o Ministério da Saúde aponta para os 63 por cento de adesão.
Os enfermeiros contestam o actual processo de renegociação das carreiras e os protestos surgem depois de a última reunião com o Ministério da Saúde (MS), a 07 de Maio, não ter tido resultados positivos, com a Comissão Negociadora dos Sindicatos dos Enfermeiros (CNESE) a acusar a tutela de ter "recuado" em algumas das propostas já acordadas entre as duas partes.
"Foi a maior manifestação de sempre dos enfermeiros portugueses com cinco mil profissionais na rua, número indicador do descontentamento", disse hoje José Carlos Martins, coordenador do Sindicatos dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
A grelha salarial dos enfermeiros continua a ser uma das grandes batalhas.
Apesar de serem licenciados, tal como os professores ou os inspectores, o MS propõe que recebam menos, segundo o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.
Ao som da música dos Xutos e Pontapés "Sem Eira nem Beira" mas com um refrão adaptado, os enfermeiros exigiram "uma carreira justa" e "salários compatíveis com a sua formação".
"Senhor engenheiro, dê-me um pouco de atenção. Há dez anos enfermeiro sem subir um escalão. Nem sequer tenho carreira para me motivar. Quero uma carreira justa, por isso estou a lutar", cantaram os manifestantes desde a Avenida João Crisóstomo, passando pela Avenida Duque de Loulé, Praça do Marquês do Pombal e Rua Alexandre Herculano, para terminar o protesto em S.Bento.
O desfile foi ainda marcado por palavras de ordem como "Fartos de ser humilhados, queremos ser respeitados" e "Exigimos remuneração adequada à formação".
Na residencial oficial do primeiro-ministro e no Ministério da Saúde, uma delegação dos quatros sindicatos dos enfermeiros entregou uma moção a exigir uma carreira que "dignifique a enfermagem" e o fim da precariedade na profissão.
No texto, os sindicatos admitem radicalizar as formas de luta caso o Ministério da Saúde "continue sem apresentar uma evolução de posições" relativamente à Carreira de Enfermagem, assim como "soluções para a resolução da precariedade na profissão".
O protesto foi convocado por quatro estruturas sindicais - Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), Sindicato dos Enfermeiros, Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem e Sindicato dos Enfermeiros da Região Autónoma da Madeira - e visou assinalar o Dia Internacional dos Enfermeiros.


JN

1 comentário:

  1. A profissão de enfermagem é uma profissão muito dignificante, na qual todos os seus profissionais merecem respeito.
    Sem dúvida nenhuma que têm razão quando contestam a discrepância salarial entre vós e os professores ou inspectores, por exemplo. Não existe nenhuma razão lógica para que os professores mereçam receber mais do que vós; e repito lógica, pois na realidade os professores agiram sempre como uma coorperação, obrigando os governos a ceder aos seus pedidos, sob pena de uma forte penalização nas eleições.
    O que te digo é que não tens culpa de termos tido governos fracos que cediam a pressões, mas também eu e qualquer outra pessoa do sector privado não podem ser mais sacrificados com mais impostos para pagar os erros dos governos.
    Sempre que o primado da política se sobrepõe ao primado da economia, temos problemas!!

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