sábado, 30 de janeiro de 2010

Obrigada!


Obrigada pela surpresa!
É bom ter amigos assim :)
beijinhos

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Sei que vou sair... Vou te esquecer... Será??





"Lembro-me das noites sem dormir
Das canções que ouvíamos lado a lado
Segredos e frases que então trocamos
Naquele vazio do passado
Eu sei que tudo passa
Tudo fica para trás
É como um livro que não li
Por isso eu sinto e sei que te vou esquecer



Que desta vez irei dizer
Eu primeiro
Virar a página é querer rasgar as cartas que eu te escrevi
Sei que vou sair e viver sem ti

Lembro-me da chuva em agosto
E sinto que nada é permanente
Sei que tudo muda e que tudo passa
Nunca nada é para sempre

Eu sei que tudo passa
Tudo fica para trás
É como um livro que não li
Por isso eu sinto e sei que te vou esquecer
Que desta vez irei dizer
Eu primeiro
Virar a página é querer rasgar as cartas que eu te escrevi
Sei que vou sair e viver sem ti

Por isso eu sinto e sei que te vou esquecer
Que desta vez irei dizer
Eu primeiro
Virar a página é querer rasgar as cartas que eu te escrevi
Sei que vou sair e viver sem ti

Sei que vou sair
Vou te esquecer

Sei que vou sair
Viver sem ti"



Anjos + Sérgio Moah "Virar a página"




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Não é que goste de Anjos, mas neste momento a letra transmite-me algo...



Beijinhos!

sábado, 16 de janeiro de 2010

Cirurgia


Sim, já começou! Começou o estágio da cirurgia em Aveiro.
Advinha-se um estágio exigente, cansativo mas proveitoso.
Veremos...
Boa sorte para todos!
Beijinhos grandes*

terça-feira, 12 de janeiro de 2010


segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Mais uma greve! Trará algum fruto?




Enfermeiros devem anunciar hoje três dias de greve


Os Sindicatos dos Enfermeiros devem anunciar hoje três dias de greve e acusam o governo de «insensatez» na negociação da carreira de enfermagem ao apresentar grelhas salariais e transições «humilhantes e inqualificáveis».

Os sindicatos consideram que a nova proposta de projecto de diploma, entregue pelo ministério da Saúde na reunião negocial de sexta-feira, é "humilhante" porque pretende diminuir o valor de ingresso da profissão, dos actuais 1.020 euros para 995 euros, durante os próximos quatro anos.

«Continuam a impor a regra geral de transição para a futura carreira, ou seja, a regra de não haver revalorização salarial. Esta posição para com os enfermeiros já está a provocar uma onda de revolta entre os enfermeiros em todo o país», divulga a comissão negociadora sindical dos enfermeiros, em comunicado.

O documento lembra que a primeira reunião decorreu a 07 de Setembro, tendo o ministério apresentado na altura uma proposta melhor.

«Demonstrando uma verdadeira falta de respeito pelo processo negocial, pelos enfermeiros e pela profissão de enfermagem, a ministra da saúde apresenta agora uma proposta pior», sublinha.

Num outro comunicado, os sindicatos frisam ainda que «o topo da Categoria de Enfermeiro fica mais longe do topo da Carreira Técnica Superior».

«A proposta do ministério da Saúde é inqualificável, designadamente, porque recoloca em discussão matérias negociadas e acordadas anteriormente. Numa altura de Pandemia de Gripe A, o governo revela uma falta sensatez na negociação da carreira de Enfermagem, pelo que amanhã (hoje) os Sindicatos irão anunciar uma greve de 3 dias», sublinham.

Os sindicatos salientam ainda que após «o conflito com os professores avizinha-se uma nova frente de batalha para o Governo que se poderá ver envolvido num novo problema».

Diário Digital / Lusa
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Entretanto parece que foram sugeridos os dias 27, 28 e 29 de Janeiro.
E nós, estudantes, que fazemos?? Nada!
Beijinhosssss

domingo, 10 de janeiro de 2010

Serra da Freita


















































Uma tarde na neve!!

Beijinhos









Nevou!



Pois é.. Quem diria que ía tornar a acontecer?

Nevou!

Aqui na terrinha, acordei com o alvoroço do meu avô. "Venham meninas, venham ver. Está a cair tanta neve!"

E estava mesmo.. Para este local era mesmo muita neve! Os campos antes verdinhos, ficaram brancos! Claro que não durou muito até derreter tudo, mas foi bonito.

E para completar o dia (e já que não se subia para a Serra da Estrela) que tal uma espreitadela pela Serra da Freita que é bem mais perto?

Pois é... Bela tarde (que devia ter sido de estudo) na neve!!


Beijinhosss...

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Amor!

(diante do amor ela arrepiou o coração: nao tenho asas para tanto paraíso!)



"Acabei minha sessão de canto, estou triste, flor depois das pétalas. Reponho sobre meu corpo suado o vestido de que me tinha libertado. Canto sempre assim, despida. Os homens, se calhar só me vêm ver por causa disso: sempre me dispo quando canto. Estranha-se? Eu pergunto: a gente não se despe para amar? Porquê não ficar nua para outros amores? A canção é só isso: um amor que se consome em chama entre o instante da voz e a eternidade do silêncio.
Outros cantadores, quando actuam em público, se trajam de enfeites e reluzências. Mas, em meu caso, cantar é coisa tão maior que me entrego assim pequenitinha, destamanhada. Dessa maneira, menos que mínima, me torno sombra, desenhável segundo tonalidades da música.
Cantar, dizem, é um afastamento da morte. A voz suspende o passo da morte e, em volta, tudo se torna pegada da vida. Dizem mas, para mim, a voz serve-me para outras finalidade: cantando eu convoco um certo homem. Era um apanhador de pérolas, vasculhador de maresias. Esse homem acendeu a minha vida e ainda hoje eu sigo por iluminação desse sentimento. O amor, agora sei, é a terra e o mar se inundando mutuamente.
Amei esse peroleiro tanto até dele perder memória. Lembro apenas de quanto estive viva. Minha vida se tornava tão densa que o tempo sofria enfarte, coagulado de felicidade. Só esse homem servia meu litoral, todas vivências que eu tivera eram ondas que nele desmaiavam. Contudo estou fadada apenas para instantes. Nunca provei felicidade que não fosse em taça que, logo após o lábio, se estilhaça. Sempre aspirei ser árvore. Da árvore serei apenas luar, a breve crença de claridade.
Em certo momento, me extraviei de sua presença, perdi o búzio e o mar que ecoava dentro. Ele embarcou para as ilhas de Bazaruto, destinado a arrancar riquezas das conchas. Apanhador de pérolas, certeiro a capturar, entre as rochas, os brilhos delas. Só falhou me apanhar a mim, rasteirinha que vivi, encrostada entre rochas.
Na despedida, ele me pediu que cantasse. Não houve choradeiras. Lágrima era prova gasta. Vejam-se as aves quando migram. Choram? O que elas não prescidem é do canto.
- E porquê? - perguntou o peroleiro.
O gorjeio, explicou ele, é a âncora que os pássaros lançam para prenderem o tempo, para que as estações vão e regressem como marés.
- Você cante para chamar meu regresso.
Minha vida foi um esperadouro. Estive assim, inclinada como praia, mas desaguado em rio, Índico exilado, mar naufragado. Estive na sombra mas não fiquei sombria. Pelo menos, nas primeiras esperas. Valia-me cantar. Espraiei minha voz por mais lugares que tem no mundo.
- Este homem me lançou um bom-olhado?
Demorasse assim sua ausência, a espera não se sujava com desespero. Me socorria a lembrança de seus braços como se fossem a parte do meu próprio corpo que me faltasse resgatar.
Para sempre me ficou esse abraço. Por via desse cingir de corpo a minha vida se mudou. Depois desse abraço trocou-se, no mundo, o fora pelo dentro. Agora, é dentro que tenho pele. Agora meus olhos se abrem apenas para as funduras da alma. Nesse reverso, a poeira da rua me suja é o coração. Vou perdendo noção de mim, vou desbrilhando. E se eu peço que ele regresse é para sua mão peroleira me descobrir ainda cintilosa por dentro. Todo este tempo me madreperolei, me enfeitei de lembrança.
Mas o homem de minha paixão se foi demorando tanto que receio me acontecer como à ostra que vai engrossando tanto a casca que morre dentro de sua prórpia prisão. Certamente, ele passará por mim e não me reconhecerá. Minha única salvação será, então, cantar, cantar como ele me pediu. Entoarei a mesma canção da despedida. Para que ele me confirme entre as demais conchas e se debruce em mim para me levar. Mas, na barraca do mercado eu canto e não encanto ninguém. Ao inviés, todos se riem de mim, toquinhando o dedo indicador nas respectivas cabeças. Sugerem assim que esteja louca, incapazes que são de me explicar.
Esta noite, como todas as noites antes desta, apanho minhas roupas enquanto escuto os comentários jocosos da assitência. Afinal, a mesma humilhação de todas as exibições anteriores. Desta vez, porém,aquela gozação me magoa como ferroada em minha alma.
Nas traseiras do palco, uma mulher me aborda, amiga, admirada do meu estado. Me estende uma folha de papel, pedidno que escrevesse o que sentia. Fico com a caneta gaguejando em meus dedos, incapaz de uma única letra. Pela primeira vez, me dói ser muda, me aleija ter perdido a voz na sucessiva convocação de meu amado. Me castigam não as gargalhadas dos que me fingiam escutar mas um estranho presságio. É então que, das traseiras do escuro, chega um pescador que me faz sinal, em respeitoso chamamento. Sabendo que não falo, ele também pouco fala.
- Lhe trago isto.
Suas mãos se abrem na concha das minhas. Deixa tombar uma pequena luminosidade que rola entre os meus dedos. É uma pérola, luzinhando como gota de uma estrela. Lhe mostro o papel onde rabisquei a angustiosa pergunta:
- Foi quando?
Ele apenas abana a cabeça. Interessava o quando? Aquela era a maneira de o mensageiro me dizer que meu antigo amor se tinha desacontecido, exilado do tempo, emigrado do corpo.
- Enterraram-no?
Mas a interrogação, rabiscada na folha, não cumpre seu destino. Silencioso, o pescador se afunda nas trevas com a educação de ave nocturna. Fico eu, enfrentando sozinha o todo firmamento, monteplicado em pequenas pérolas. E escuto, como se fosse vinda de dentro, a voz desse peroleiro:
- Cante! Cante aquela canção em que eu parti.
E lanço, primeiro sem força, os acordes dessa antiga melodia. E me inespero quando noto que o mensageiro regressa, arrepiado do caminho que tomara. No seu rosto se acendia o espanto de me escutar, como se, em mim, voz e peito se houvessem reencontrado."


Mia Couto, a cantadeira