quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Greve! 100%

Greve a 100% não vai afectar INEM
Serviços mínimos obrigam todos os enfermeiros escalados a sair em caso de emergência


IVETE CARNEIRO
Os enfermeiros das ambulâncias de suporte imediato de vida e dos centros de orientação de doentes urgentes cumprem um dia de greve. Com adesão esperada de 100%, mas sem efeitos práticos. Os serviços mínimos obrigam-nos a responder a qualquer emergência.

Sem meias-palavras, José Carlos Martins, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), resume lapidarmente as razões da paralisação de perto de 150 profissionais: "Até prova em contrário, o Instituto Nacional de Emergência Médica quer pô-los borda fora", trocando-os por "técnicos menos qualificados". A greve é por 24 horas e, garante, terá adesão total.

O SEP quer que o Ministério de Saúde venha, de uma vez por todas, explicar o plano que tem para a emergência pré-hospitalar. E pede a estabilização dos profissionais: em situação de mobilidade, esperam o lançamento de um concurso para integrarem o Instituto, depois de o que abriu no ano passado ter sido anulado por irregularidades. Sem esse concurso, muitos enfermeiros terão de regressar aos hospitais de origem, para não perderem o lugar nos mapas de pessoal.

A ausência de resposta do MS e do INEM, diz o sindicalista, confirma que "está em marcha um plano para substituir os enfermeiros". E já "a partir de Março nos CODU".

A verdade é que, por muita adesão que venha a ter, a greve não vai ter qualquer efeito prático. Sendo um serviço de saúde que cumpre "necessidades sociais impreteríveis", os sindicatos são obrigados a assegurar serviços mínimos. Ou seja, a ter um enfermeiro pronto a responder em caso de emergência. Ora, cada SIV tem apenas um enfermeiro por turno. "Em bom rigor, a greve não vai ter impacto real", admite José Carlos Martins. "Todos os que estão escalados estarão em greve, mas nos seus postos".

Uma paralisação assim desvirtuada visa apenas "demonstrar o estádio de insatisfação dos profissionais". E alertar as autarquias - a quem "ofereceram" SIV para compensar o fecho de serviços de urgência - com as quais o SEP entende hoje reunir para lhes explicar que a emergência pré-hospitalar é um "prolongamento" de um serviço de urgência e que é impensável imaginar uma urgência sem enfermeiros.

Jornal de Notícias.

1 comentário:

  1. Minha querida
    Quando se trata da classe de enfermagem tudo acontece de forma desvirtuada... Não vou dizer que te vais habituando, isso never, never...
    Digo-te antes: vamos lutando para que essa desvirtuação passe a ser noutros sentidos e não pesando sempre para o lado dos enfermeiros a quem ninguém lhes dá "medalhas" de reconhecimento como se vem vendo actualmente...
    Bjs grandes

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