Greve a 100% não vai afectar INEM
Serviços mínimos obrigam todos os enfermeiros escalados a sair em caso de emergência
IVETE CARNEIRO
Os enfermeiros das ambulâncias de suporte imediato de vida e dos centros de orientação de doentes urgentes cumprem um dia de greve. Com adesão esperada de 100%, mas sem efeitos práticos. Os serviços mínimos obrigam-nos a responder a qualquer emergência.
Sem meias-palavras, José Carlos Martins, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), resume lapidarmente as razões da paralisação de perto de 150 profissionais: "Até prova em contrário, o Instituto Nacional de Emergência Médica quer pô-los borda fora", trocando-os por "técnicos menos qualificados". A greve é por 24 horas e, garante, terá adesão total.
O SEP quer que o Ministério de Saúde venha, de uma vez por todas, explicar o plano que tem para a emergência pré-hospitalar. E pede a estabilização dos profissionais: em situação de mobilidade, esperam o lançamento de um concurso para integrarem o Instituto, depois de o que abriu no ano passado ter sido anulado por irregularidades. Sem esse concurso, muitos enfermeiros terão de regressar aos hospitais de origem, para não perderem o lugar nos mapas de pessoal.
A ausência de resposta do MS e do INEM, diz o sindicalista, confirma que "está em marcha um plano para substituir os enfermeiros". E já "a partir de Março nos CODU".
A verdade é que, por muita adesão que venha a ter, a greve não vai ter qualquer efeito prático. Sendo um serviço de saúde que cumpre "necessidades sociais impreteríveis", os sindicatos são obrigados a assegurar serviços mínimos. Ou seja, a ter um enfermeiro pronto a responder em caso de emergência. Ora, cada SIV tem apenas um enfermeiro por turno. "Em bom rigor, a greve não vai ter impacto real", admite José Carlos Martins. "Todos os que estão escalados estarão em greve, mas nos seus postos".
Uma paralisação assim desvirtuada visa apenas "demonstrar o estádio de insatisfação dos profissionais". E alertar as autarquias - a quem "ofereceram" SIV para compensar o fecho de serviços de urgência - com as quais o SEP entende hoje reunir para lhes explicar que a emergência pré-hospitalar é um "prolongamento" de um serviço de urgência e que é impensável imaginar uma urgência sem enfermeiros.
Jornal de Notícias.
Minha querida
ResponderEliminarQuando se trata da classe de enfermagem tudo acontece de forma desvirtuada... Não vou dizer que te vais habituando, isso never, never...
Digo-te antes: vamos lutando para que essa desvirtuação passe a ser noutros sentidos e não pesando sempre para o lado dos enfermeiros a quem ninguém lhes dá "medalhas" de reconhecimento como se vem vendo actualmente...
Bjs grandes